Estudo do Seade aborda o tema energia

O boletim 1ª Análise nº 20, da Fundação Seade, estuda o avanço da exploração e produção de petróleo e gás natural no Estado de São Paulo.

De acordo com o estudo, as recentes descobertas de reservas de petróleo e gás natural na Bacia de Santos têm efeitos econômicos sobre a estrutura produtiva do Estado de São Paulo, particularmente na Região Metropolitana da Baixada Santista – RMBS. O Estado tornou-se, em 2013, o terceiro maior produtor nacional de petróleo e gás natural.

O avanço da exploração e produção de petróleo e gás natural já se faz sentir na composição do produto industrial da RMBS. Assim, entre 2005 e 2011, a participação da indústria extrativa da região aumentou de 3,0% para 20,2% do total do setor no Estado e de 0,2% para 6,5% na estrutura industrial regional.

No entanto, o rápido crescimento desse segmento na RMBS ainda não era captado de forma eficiente pelas estatísticas, em razão da inexistência de indicadores regionalizados de atividade econômica. Nesse sentido, a Fundação Seade e a Subsecretaria de Petróleo e Gás da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo trabalharam em conjunto, a fim de elaborar indicadores econômicos que tornem possível o acompanhamento do desempenho da indústria de petróleo e gás na Bacia de Santos e da atividade econômica da RMBS. Foram elaborados dois indicadores:

Indicador Econômico da Indústria Extrativa de Petróleo e Gás Natural, que tem como objetivo acompanhar a evolução mensal do valor da produção e do valor adicionado dessa atividade a preços constantes;

Indicador de Atividade Econômica da Região Metropolitana da Baixada Santista – Indec Baixada Santista, que consiste em uma estimativa mensal do nível de atividade econômica da Região Metropolitana da Baixada Santista pela ótica do produto, com o objetivo de acompanhar os movimentos conjunturais da atividade econômica no âmbito regional. Para estimar a evolução mensal do nível de atividade econômica regional, são calculados os valores adicionados nos principais ramos de atividade econômica (agropecuária, indústria e serviços).

A análise do Indec Baixada Santista desde 2002 aponta para o surgimento de uma dinâmica econômica regional que, gradualmente, se descola da dinâmica da economia paulista. Tanto a região como o Estado atingiram, em julho de 2008, um pico da taxa de crescimento anualizada (isto é, na comparação dos últimos 12 meses com os 12 meses imediatamente anteriores) de 9,8% e 8,0%, respectivamente. No segundo semestre de 2008, a RMBS enfrentou um período de forte queda da taxa de crescimento, assim como ocorreu no Estado, em consequência da crise econômica internacional.

Em 2009, a análise da taxa de crescimento mostra que a recuperação da economia regional antecedeu a do Estado. A RMBS voltou a crescer a partir de agosto daquele ano e o Estado a partir de novembro. Mais ainda, a partir de 2010, há uma forte aceleração da taxa de crescimento regional em comparação com o Estado.

A análise do Indec Baixada Santista em termos anuais revela um intenso período de crescimento da região entre 2010 e 2013. No auge da sua expansão, a RMBS cresceu 12,6% em 2012, enquanto o Estado teve um avanço de 1,6% no mesmo ano.

Tal recuperação da RMBS pode ser explicada, por um lado, pelas medidas de estímulo à atividade econômica adotadas em fins de 2008, que contribuíram para a retomada da economia brasileira, e, por outro, pela expansão da indústria extrativa de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

O ritmo de crescimento da extração de petróleo e gás natural foi de 443,8% em 2010, o que se explica pelo reduzido nível de produção no litoral paulista até esse ano, quando o Estado não tinha papel relevante em termos nacionais. Com o rápido aumento de produção dos últimos anos, em 2013 São Paulo passou a ser o terceiro maior Estado produtor de petróleo e gás natural do país.

 

Assessoria de Comunicação da Fundação Seade

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