Estudo analisa características demográficas da população economicamente ativa

Trabalhador homem fica em atividade econômica em média 45 anos e as trabalhadoras permanecem 31 anos, no Estado de São Paulo

O boletim 1ª Análise nº 22, da Fundação Seade, estuda as características demográficas da população economicamente ativa no Estado de São Paulo, em especial a influência da mortalidade no tempo de permanência na vida ativa dessa população.

No Estado de São Paulo, no período 2000-2010, em torno de 55% da população de dez anos e mais foi considerada economicamente ativa. Entre os homens, essa proporção tem se mantido praticamente constante em 70%; já entre as mulheres, registra-se um significativo incremento, chegando a 52%, em 2010.

Paralelamente, observam-se mudanças significativas na dinâmica demográfica paulista, em especial uma diminuição acentuada no ritmo de crescimento populacional, como resultado da queda da fecundidade – em 2010, a taxa atingiu 1,7 filho por mulher – da longevidade crescente, chegando a 71,5 anos para os homens e 78,6 para as mulheres, e da participação reduzida da migração, com uma taxa de somente 1,2 migrante ao ano por mil habitantes.

Os níveis de participação masculina nas atividades econômicas são sistematicamente mais elevados do que os das mulheres, para todas as idades ativas, em 2000 e 2010. Entretanto, enquanto nesse período a participação masculina apresentou redução de mais de 3%, a feminina registrou aumento superior a 9%. A maior participação masculina ocorre entre as idades de 30 a 39 anos (acima de 90%) e a de mulheres encontra-se na faixa de 25 a 34 anos.

Em ausência de mortalidade, em média um trabalhador do sexo masculino ficaria em atividade por praticamente 45 anos, em um potencial máximo possível de 70 anos, se todas as pessoas fossem economicamente ativas dos 10 aos 80 anos. Entre as mulheres, esse número aumentou de 28 para 31 anos, entre 2000 e 2010. Entretanto, mesmo com esse incremento da participação feminina, o número de anos brutos de atividade masculina é 40% maior que o de atividade feminina, fato que ilustra as enormes dificuldades da mulher para incorporar-se ao mercado produtivo.

Chama atenção o fato de que, no caso dos homens e, em menor medida, entre as mulheres, em 2010, o número estimado de anos na atividade econômica fique acima do número mínimo de anos de contribuição à previdência para a aposentadoria integral, estabelecido pela Previdência Social em 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres. Esses resultados podem estar sugerindo que parte considerável da população encontra-se à margem desses benefícios e/ou que uma parcela significativa desse segmento tenha retornado à atividade econômica depois da aposentadoria.

Por idade, a situação é bastante diferencial com relação ao gênero. Se considerada, por exemplo, a situação da faixa etária de 30 a 39 anos, na qual as taxas de participação masculina e feminina são mais elevadas, verifica-se que, em média, um trabalhador do sexo masculino ficará 9,1 anos em atividade, dos dez anos possíveis, enquanto uma trabalhadora ficará somente 7,4 anos. É interessante ressaltar que, entre os homens com idade inferior a 50 anos, o número de anos na atividade econômica diminuiu entre 2000 e 2010, enquanto acima dessa idade aumentou. Já entre as mulheres ocorreu aumento a partir dos 20 anos de idade.

Pelo estudo, examinada inicialmente a situação para os homens, é possível notar que o efeito mortalidade reduz significativamente o tempo de permanência na vida ativa: 17,2% em 2000 e 11,9% em 2010. Já entre as mulheres, a redução no número de anos na vida ativa por causa da mortalidade é bem menor: chega a 6,5% em 2000 e é nula em 2010.

Os dados mostram que, em 2010, na faixa etária de 10 a 69 anos, entre as causas de morte que formam esse grupo, aquelas relacionadas a doenças isquêmicas do coração e doenças cerebrovasculares representaram mais de 40% dos óbitos entre os homens e 36% entre as mulheres em São Paulo. O diabetes mellitus, nos homens, e os neoplasmas de mama, nas mulheres, responderam por mais de 6% das mortes desse grupo.

 

Assessoria de Comunicação da Fundação Seade

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