Encontro aborda a importância de preservar o patrimônio cultural

O Salão dos Pratos, no Palácio dos Bandeirantes, foi o local escolhido para a abertura e o primeiro dia de trabalhos

O Salão dos Pratos, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, foi o local escolhido para a abertura e o primeiro dia de trabalhos do VIII Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas e Seminário de Preservação do Patrimônio, realizado de 5 a 8 de novembro, pela Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo.

O Cepam é parceiro do encontro, que tem como tema Coleções e Personagens: Por que Preservar? A edição deste ano promove a reflexão sobre a importância de preservar e requalificar os centros de memória. Na programação, estão palestras e visitas a museus-casas, como a Casa Guilherme de Almeida, na cidade de São Paulo, e o Museu Cândido Portinari, no Município de Brodowski (SP).

A curadora do Acervo e membro do Conselho Internacional para os Museus-Casas Históricas (DEMHIST), Ana Cristina de Carvalho, frisou a importância de preservar e requalificar os museus-casa históricas, além de ampliar o relacionamento entre instituições pública e privada. “Esses locais articulam coleções, casa e personagens. Por isso escolhemos um tema que fala sobre personagens.”

De acordo com Ana Cristina, o “modo de preservar reflete o valor que a sociedade dá à sua herança cultural. E a intenção deste encontro é discutir em que medida a valoração é importante na construção de soluções para proteger, conservar, interpretar e conviver com o patrimônio cultural”.

Ela acrescenta que, mais do que proteger do perigo, “da degradação e do desaparecimento, as atuais políticas de preservação preocupam-se com novas possibilidades de uso, requalificando os espaços, para ampliar o respeito e a compreensão das coleções de objetos e edifícios históricos como parte do legado cultural”.

Por fim, destaca que é esse enfoque de preservação do patrimônio que a curadoria enfatiza, na coordenação do programa Patrimônio em Rede, que inventaria e cataloga o acervo artístico-cultural das 6 mil unidades administrativas do estado. “Para atingir cada município, temos como parceiro o Cepam, que se soma ao nosso encontro, neste seminário, proposto para dar uma perspectiva mais ampla e integradora.”

O chefe de Gabinete respondendo pela Presidência do Cepam, Silvio Aleixo, ressaltou que, “há pouco mais de três anos, o Cepam tem atuado com a Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios, colaborando na implementação do programa Patrimônio em Rede, e é com satisfação que participamos desse evento, pois um de nossos compromissos é fazer chegar aos municípios a metodologia desenvolvida pelo programa, com o apoio tecnológico necessário à construção de catálogos eletrônicos”.

Para Silvio Aleixo, é necessário “garantir que as boas práticas sejam multiplicadas. Os desafios requerem de nós cooperação”.

A secretária-adjunta do Planejamento e Desenvolvimento Regional, Cibele Franzese, representou o secretário da pasta, Julio Semeghini. “É um orgulho contribuir com esse encontro, principalmente por causa do trabalho de capacitação, realizado por meio do Cepam, e somos privilegiados por trabalhar no meio do acervo. Diariamente verifica-se que é um espaço vivo, com um patrimônio muito visto, utilizado, e ainda assim preservado.”

A importância de preservar foi enfatizada pelo secretário de Estado da Cultura, Marcelo Matos Araújo. “Participar do oitavo encontro demonstra a vitalidade dessa iniciativa e, acima de tudo, a importância da reflexão para o aprimoramento de um dos mais importantes segmentos do nosso cenário museológico.”

Segundo Araújo, “o evento acontece em um momento especialmente feliz, porque o foco deste ano está nas instituições do estado de São Paulo”.

O secretário da Cultura listou algumas iniciativas, como a mostra Maneiras de Expor: Arquitetura Expositiva, de Lina Bo Bardi, que aborda detalhes da trajetória da arquiteta ítalo-brasileira em comemoração ao seu centenário. “Neste ano, reabrimos o Museu da Imigração, que também é um museu-casa, construído para servir temporariamente aos milhões de imigrantes que vieram para São Paulo.”

Para encerrar, Araújo destacou a restauração do Museu Casa de Portinari, em Brodowski. “O processo trouxe novos dados. É uma casa construída na década de 1920, tombada pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e pelo Condephaat [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo]. Além de resgatar a história de um dos principais artistas plásticos da história, o local também revela a importância da casa como testemunha da arquitetura da migração italiana para o interior do estado de São Paulo.”

 

Assessoria de Comunicação da Fundação Cepam

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