Estudo da Fundação Seade analisa os anúncios de investimento no Estado, captados pela Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo - Piesp. Com base nessa pesquisa, é possível constatar o importante papel do investimento privado nas áreas de infraestrutura no Estado, em especial no que se refere ao setor de transportes.
Entre 1998 e 2012, a Piesp registrou investimentos no valor de US$ 417,8 bilhões, 56,5% dos quais (US$ 235,9 bilhões) ligados ao setor de infraestrutura. Esses anúncios têm seguido trajetória ascendente desde 2009, tendo alcançado sucessivos recordes nos três últimos anos. Os valores noticiados para infraestrutura mais que triplicaram, passando de US$ 11,8 bilhões, em 2008, para US$ 39,3 bilhões, em 2012, e a participação da infraestrutura no total ampliou-se de 49,7% para 65,7%.
No acumulado de 15 anos, o maior montante de recursos foi direcionado a transportes (US$ 107,2 bilhões); na sequência aparecem os valores relativos a energia (US$ 67,4 bilhões), telecomunicações (US$ 35,2 bilhões) e saneamento básico (US$ 26,2 bilhões). Quase 60% dos investimentos em infraestrutura nesse período foram anunciados por empresas privadas (US$ 141,3 bilhões), enquanto os outros 40% (US$ 94,6 bilhões) vincularam-se a empresas estatais.
A série da Piesp mostra que a trajetória dos investimentos privados está diretamente relacionada aos ciclos de privatização de serviços públicos.
As empresas privadas destinaram US$ 71,6 bilhões à infraestrutura de transportes no período 1998-2012. As maiores inversões foram apuradas nas atividades auxiliares dos transportes (US$ 33,6 bilhões), compreendendo especialmente concessões de estradas paulistas (US$ 14,8 bilhões). No mesmo período, as empresas públicas anunciaram US$ 35,6 bilhões para infraestrutura de transportes, com destaque para o segmento de transporte terrestre (US$ 25,3 bilhões), com a ampliação da rede de transporte sobre trilhos na Região Metropolitana de São Paulo.
Historicamente, as privatizações do setor de telecomunicações representam um marco na substituição do investimento público pelo privado, com ampliação e qualificação da oferta. Na série da Piesp, as inversões em telecomunicações foram anunciadas exclusivamente por empresas do setor privado, somando US$ 35,2 bilhões.
No setor de energia, também se verifica uma participação expressiva de investimentos privados. Os aportes de 1998 a 2012 dividiram-se quase igualmente entre empresas públicas e privadas. Os investimentos das estatais totalizaram US$ 34,3 bilhões, sendo que dois terços correspondem ao valor anunciado pela Petrobras em 2011, para exploração de petróleo e gás na Bacia de Santos, ampliação de refinarias, produção de biocombustíveis e transporte e distribuição.
Os investimentos das empresas privadas somaram US$ 33,0 bilhões, 90% dos quais relativos a concessionárias de serviços de eletricidade (US$ 26,2 bilhões) e gás (US$ 3,7 bilhões), além dos recursos para produção de etanol e biodiesel (US$ 2,1 bilhões).
No saneamento básico, a série da Piesp mostra a predominância dos investimentos estatais, com US$ 24,7 bilhões em 15 anos. A maioria desses recursos está relacionada à Sabesp, com destaque para os US$ 9,4 bilhões anunciados em 2010, quando a empresa obteve a concessão da Prefeitura de São Paulo para gerenciar e expandir a rede de água e esgoto durante 30 anos, e os outros US$ 5,6 bilhões em 2012, para atender a diversos municípios.
Assessoria de Comunicação da Fundação Seade