Diminuem as diferenças entre negros e não negros no mercado de trabalho da RMSP

Estudo realizado pela Fundação Seade e pelo Dieese, a partir das informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED, mostra que, embora ainda importantes, são menores as diferenças na inserção de negros e não negros no mercado de trabalho da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP em 2012. O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos.

As taxas de desemprego total de negros e não negros (12,4% e 10,0%, respectivamente, em 2012) diminuíram sensivelmente nos últimos anos (exceto no ano em análise), bem como a diferença entre os dois segmentos, que passou a ser de 2,4 pontos porcentuais, a menor na série histórica da pesquisa, iniciada em 1985 (em 2003, por exemplo, era de 6,9 pontos porcentuais).

Em relação à inserção por setor de atividade, a participação de não negros era ligeiramente superior nos Serviços, na Indústria e no Comércio. Os setores em que a proporção de negros superava a de não negros – Construção Civil e Serviços Domésticos – são aqueles em que predominam postos de trabalho com menores exigências de qualificação profissional, remunerações mais baixas e relações de trabalho mais precárias, sendo, por consequência, menos valorizados socialmente.

No entanto, as recentes mudanças na legislação trabalhista para empregados domésticos e nas condições de trabalho na construção civil têm atenuado algumas distorções em relação a outros setores de atividade, inclusive no que diz respeito aos rendimentos.

As informações sobre os rendimentos do trabalho de negros e não negros na RMSP, em 2012, indicam a permanência de desigualdades há muito tempo identificadas no mercado de trabalho. As razões mais evidentes dessa diferença, em que o rendimento médio por hora de negros (R$ 7,30) representava 63,2% daquele recebido por não negros (R$ 11,56), em 2012, residem nas distintas estruturas ocupacionais em que esses segmentos estão inseridos. Apesar de patamares muito distantes, o crescimento mais intenso do rendimento por hora dos negros (8,7%) em relação ao dos não negros (4,8%), entre 2011 e 2012, reduziu, ainda que timidamente, essa diferença.

Pela análise, a formalização das ocupações ocorreu mais fortemente para os negros: a proporção do assalariamento com carteira de trabalho assinada aumentou, nesse período, 13,4 pontos porcentuais para negros e 11,3 para não negros; o assalariamento sem carteira assinada diminuiu 4,0 e 3,9 pontos porcentuais e o trabalho autônomo reduziu-se em 4,4 e 3,2 pontos porcentuais, respectivamente.

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Assessoria de Comunicação da Fundação Seade

 

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