Transferência de renda não é única fonte para maioria das famílias
Para mais de 75% das famílias do Estado de São Paulo que são beneficiárias de programas públicos de transferência de renda, os recursos originários desses programas não ultrapassam um quarto do total de sua renda mensal. Para apenas 5,7% das famílias beneficiárias os benefícios correspondiam à única fonte de renda disponível. As informações são parte dos dados preliminares da Pesquisa de Condições de Vida [PCV], realizada pela Fundação Seade.

A PCV é realizada por meio de coleta domiciliar por amostragem e tem a finalidade de fornecer dados primários aos estudos sobre pobreza urbana, adotando, desde suas formulações iniciais, a ótica multidimensional e considerando, além da renda, os aspectos de moradia, educação, saúde e inserção no mercado de trabalho.

No tema escolaridade, um número que chama a atenção é o relativo ao percentual de pessoas de 18 a 24 que conseguiram concluir o ensino médio: essa proporção alcançava um terço dos jovens pertencentes às famílias mais pobres, enquanto que, entre aqueles de famílias mais ricas, mais de 89% adquiriram esse nível.

Os padrões habitacionais também demonstram a distância entre as diferentes classes socioeconômicas. Enquanto as favelas abrigam 7% das famílias paulistas, os condomínios fechados, com 4% das famílias, já são categoria relevante entre os tipos de moradias urbanas, superando os cortiços [3%] e as casas de vila [1%].

A relevância do caráter multidimensional da PCV pode ser exemplificada ao se relacionar esses dados sobre os condomínios [que apontam para os novos padrões de moradia de segmentos da classe média] com os relativos à mobilidade populacional, especialmente os que dizem respeito à migração pendular, isto é, movimentos conjunturais de residentes em um município para outros, onde se situam seus locais de trabalho, de estudo ou de oferta de bens e serviços.
A pesquisa mostra que o volume de pessoas que se desloca entre municípios supera os 16% dos ocupados residentes na Região Metropolitana de Campinas, aproxima-se de 20% na Região Metropolitana de São Paulo e chega a quase 30% na RM da Baixada Santista. Ainda que tal fenômeno atinja mais expressivamente as regiões metropolitanas, em outras áreas, como as regiões administrativas de São José dos Campos e Registro, mais de 10% dos ocupados trabalham em município diferente do de residência.

Saiba mais sobre a pesquisa no site www.seade.gov.br.

Fonte: Seade

×

Menu SPOG