Negro tem mais dificuldades no mercado de trabalho
A presença dos negros no mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo é menor do que sua participação na População em Idade Ativa e na População Economicamente Ativa, mostra pesquisa da Fundação Seade divulgada em 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra.

No período pesquisado - de outubro de 2006 a setembro de 2007 - a chance de um negro ser desempregado foi maior que a de um não-negro, pois a taxa de desemprego total observada entre os negros foi de 18,1% em comparação com 13,2% entre os não-negros.

Há mais dificuldade de acesso aos empregos assalariados para os negros do que para os não-negros e essa diferença parece se explicar pelas dificuldades enfrentadas pelos negros para ingressar no setor público, onde mais da metade dos ocupados possui o ensino superior. De fato, as discrepâncias na distribuição dos ocupados segundo raça/cor mostram-se importantes em três posições ocupacionais: entre os assalariados do setor público e os empregadores, em que os porcentuais de não-negros superam claramente os de negros; e entre os empregados domésticos, em que ocorre o contrário.

Tais constatações permitem avançar algumas hipóteses. Sabidamente, as ocupações com elevadas exigências de qualificação profissional são muito mais freqüentes no setor público do que no privado. Ademais, a única forma relevante de ingresso no setor público atualmente é por meio de concurso público. Desse modo, pode-se inferir que a sub-representação de negros nesse setor deve-se muito mais às históricas dificuldades de acesso, por parte de tal segmento populacional, aos níveis mais elevados de ensino do que a eventuais ações discriminatórias de que possa ser vítima.

Veja a pesquisa no site da Seade: www.seade.gov.br.

Fonte: Fundação Seade
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