Cai ritmo de crescimento do município de São Paulo
O Município de São Paulo, que, em conjunto com as outras localidades da Região Metropolitana, compõe a quarta maior aglomeração urbana do mundo, com cerca de 10,9 milhões de habitantes, tem visto seu ritmo de crescimento cair nas últimas décadas. A estimativa de crescimento da população da capital paulista, elaborada pela Fundação Seade para o período 2000-2008, é de cerca de 0,56% ao ano, ritmo bastante reduzido em relação às taxas anuais registradas nas décadas de 80 e 90, que foram de 1,15% e 0,91%, respectivamente.

Os principais fatores que ocasionaram esta diminuição foram a expressiva redução da taxa de fecundidade total no período 1980-2006, que passou de 3,17 para 1,92 filho por mulher, e a inversão do fluxo migratório, que nas duas últimas décadas do século XX tornou-se negativo, com maior volume de saídas do que de entradas de migrantes.

Apesar de o contingente populacional total do município continuar crescendo, isso não ocorre de forma regionalmente homogênea. Segundo as projeções populacionais, entre 2000 e 2008, mais da metade dos 96 distritos da capital apresenta taxas negativas de crescimento demográfico, resultando na diminuição do número absoluto de habitantes residentes nestas áreas. Estes 55 distritos, cuja população passou de 4,3 milhões para 4,1 milhões de habitantes, no período 2000-2008, abrangem uma grande área contígua ao centro expandido da capital, que vai de Santana ao Jabaquara, no sentido norte-sul, e de Artur Alvim à Lapa, no sentido leste-oeste.

Taxas positivas de crescimento populacional foram registradas em distritos mais afastados do centro, atingindo porcentuais mais elevados nos extremos norte, leste e sul da capital. Entre 2000 e 2008, os distritos de Anhangüera, Cidade Tiradentes e Parelheiros mantiveram ritmos de crescimento elevados e foram os que apresentaram as maiores taxas de crescimento populacional do município, com índices de 7,9%, 4,6% e 4,1% ao ano, respectivamente.

Os padrões de expansão populacional observados em São Paulo nos últimos anos têm causado uma crescente pressão sobre áreas de preservação ambiental e de proteção de mananciais, situadas nos extremos do município. O crescimento populacional absoluto registrado na capital, entre 2000 e 2008, foi de aproximadamente 477 mil pessoas, das quais 30% concentraram-se nos distritos de Marsilac, Parelheiros e Grajaú, que contêm extensas áreas de proteção ambiental ou de mananciais.

Estima-se que, no futuro, o município apresentará redução gradativa em sua taxa anual de crescimento populacional, que deverá ser de 0,19% ao ano no período compreendido entre 2015 e 2020. Desta forma, em 2020, a capital paulista contará com aproximadamente 11,2 milhões de habitantes.

Deslocamentos pendulares

Além dos padrões de crescimento demográfico anteriormente mencionados, um fator que exerce influência significativa no fluxo populacional na capital paulista diz respeito aos chamados "deslocamentos pendulares", em que moradores de outros municípios se deslocam diariamente para São Paulo, ou vice versa.

Informações do Censo Demográfico de 2000, do IBGE, apontam que a capital recebia diariamente mais de 673 mil moradores de outros municípios do Estado para trabalhar ou estudar. Cerca de 87% desse contingente [591 mil habitantes] residia em outros municípios da Região Metropolitana de São Paulo e 82 mil moravam em outras áreas do Estado. Ao mesmo tempo, residiam na capital e se deslocavam diariamente para outros municípios aproximadamente 95 mil pessoas, por motivo de trabalho ou estudo.

Entre as 82 mil pessoas que entram diariamente na capital provenientes de outras regiões do Estado [fora da Região Metropolitana de São Paulo], o maior grupo vem de municípios que não pertencem a regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas [25,3 mil], seguido por aquele de moradores da Região Metropolitana da Baixada Santista [14,5 mil], da Região Metropolitana de Campinas [11,8 mil], da Aglomeração Urbana de Jundiaí [9,2 mil] e da Aglomeração de Sorocaba [6,1 mil].

Essa informação só é captada nos censos demográficos, todavia, projeções preliminares elaboradas pela Fundação Seade permitem inferências sobre o deslocamento pendular no Estado de São Paulo, apontando sua ampliação em cerca de 20% até 2010 [de 1,9 milhão para 2,3 milhões], o que elevaria o contingente que entra diariamente na capital para 807,6 mil pessoas. Este deslocamento pendular é o mais significativo do país e se essa projeção se confirmar no Censo Demográfico de 2010, pode-se afirmar que o contingente que entra em São Paulo diariamente para trabalhar ou estudar só não seria superior à população de 2007 da própria capital e de outros dois municípios do Estado, [Guarulhos e Campinas].

Fonte: Fundação Seade
×

Menu SPOG