De cada três funcionários demitidos de uma empresa, dois saem por não terem conseguido manter um bom relacionamento com os colegas. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, mas pode facilmente ser adaptada ao Brasil.
No dia 16 de maio, o diretor-superintendente das revistas Exame, Info e Você S/A, Alexandre Caldini Neto, ministrou uma palestra a servidores do Governo do Estado que teve como foco a importância de se construir um bom ambiente de trabalho. O evento integra o 2º Ciclo de Palestras Gestão do Conhecimento - Inovação no Setor Público.
Com o tema "A Espiritualidade nas Organizações", Caldini destacou o papel de valores morais na convivência com os colegas, como a fraternidade e a compreensão. A idéia é construir um ambiente harmônico, do qual todos possam se beneficiar ¿ inclusive a própria empresa ou órgão governamental.
O conceito parte de uma premissa simples: cada um deve pensar no que pode fazer para deixar o ambiente mais agradável e para tornar o outro uma pessoa melhor. "Você não consegue mudar o outro. Só consegue mudar a si mesmo", lembrou o palestrante. Assim, não adianta querer que o "puxador de tapete" se transforme em alguém confiável. Mas o relacionamento com ele pode ser mais fácil ou, em última instância, causar menos aborrecimentos.
E por falar em aborrecimentos, Caldini deu a sua receita para lidar com eles. A primeira coisa a fazer, disse, é questionar: não estou me aborrecendo por pouco? Depois, pergunte-se: isso vai me aborrecer daqui a dois anos? "A conclusão é que, na maioria das vezes, nos aborrecemos com pequenas coisas, que não valem o desgaste sofrido", resumiu.
É claro que a idéia de iniciar uma espécie de "corrente do bem" no trabalho traz a reboque algumas angústias. Afinal, por que eu tenho de começar? "É preciso coragem para ser o primeiro", admitiu Caldini. A lógica da "corrente do bem" pode valer como motivação: os profissionais mais produtivos são também aqueles que se relacionam melhor com os colegas e chefes e que resistem às crises. Do outro lado, uma pesquisa do Instituto Gallup nos Estados Unidos constatou que 2/3 dos profissionais que pedem demissão estão, na verdade, se demitindo da chefia e não da empresa.
Mais lucrativas
Nas empresas privadas os reflexos de um ambiente de trabalho agradável já são sentidos nos lucros. Caldini comparou dois rankings conceituados no Brasil: As 500 Maiores e Melhores, da revista Exame, e Melhores Empresas para Você Trabalhar, da Você S/A. No primeiro ranking, a rentabilidade média das organizações ficou em 13%; no segundo, em 18%, considerando-se todas as 150 empresas, e em 27,5% quando o grupo analisado ficava restrito somente às dez primeiras colocadas. Não é só o ambiente de trabalho que conta no ranking da Você S/A, mas ele certamente tem um peso importante. Vale a máxima de Charles Darwin: os mais adaptáveis sobrevivem.
Fonte: Assessoria de Imprensa da SEP